A Embaixada da China em Portugal acolheu, na manhã de 19 de Novembro, o seminário “Interpretação do 15.º Plano Quinquenal de Desenvolvimento Económico e Social Nacional da China: Perspetivas para a futura cooperação China-Portugal”, um encontro que reuniu representantes governamentais, académicos e dirigentes empresariais dos dois países. O evento, moderado pelo jornalista da Agência Xinhua em Lisboa, Xun Wei, destacou novas oportunidades de colaboração bilateral nas áreas da economia, ciência, cultura e educação.
A sessão inaugural, decorrida entre as 10h00 e as 10h15, contou com intervenções de alto nível. O encarregado de Negócios da Embaixada da China, Hu Bin, salientou o papel estratégico do 15.º Plano Quinquenal para aprofundar o desenvolvimento sustentável e a modernização económica da China, reforçando simultaneamente a cooperação internacional.
O primeiro momento temático do seminário apresentou uma análise aprofundada do novo plano de desenvolvimento chinês. Por videoconferência, Liu Zuokui, diretor do Instituto de História Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais, abordou as prioridades estratégicas da China para os próximos cinco anos, destacando a inovação tecnológica, a dupla circulação económica e a transição ecológica como eixos centrais. Sublinhou ainda que estes objetivos abrem novas oportunidades de cooperação com Portugal em setores emergentes.
Entre as 10h35 e as 11h35, decorreu o painel dedicado à economia e ciência, reunindo representantes de instituições portuguesas e chinesas. Joana Gaspar, embaixadora e administradora executiva da AICEP, destacou o aumento do interesse das empresas portuguesas no mercado chinês e o papel da agência na promoção de investimentos bilaterais. O presidente da Academia Europeia das Ciências, Rodrigo Martins, recentemente distinguido com o Prémio da Amizade do Governo Chinês 2025, salientou o valor da cooperação científica e tecnológica para a inovação sustentável. Seguiram-se intervenções do deputado Alberto Fonseca, do presidente da CCILC, António Noronha, e de Mao Chenglian, presidente da Ningbo Turtle-Hare Race Investment Management, que destacou oportunidades para o investimento chinês em setores estratégicos portugueses. O painel encerrou com Maria Celeste Hagatong, presidente da Fundação Jorge Álvares, que sublinhou o papel da diplomacia cultural e económica entre os dois países.
Após um breve coffee break, às 11h35, os participantes retomaram os trabalhos.
O segundo painel, entre as 11h50 e as 12h45, centrou-se na cooperação cultural e educativa. Fernanda Ilhéu, presidente da Associação Amigos da Nova Rota da Seda, destacou a importância da literacia intercultural e da compreensão mútua para sustentar parcerias duradouras. O historiador Rui Lourido, presidente do Observatório da China, relembrou a longa história de intercâmbio luso-chinês e a importância de aprofundar o conhecimento académico sobre a China contemporânea. Rui Lourido destacou igualmente a necessidade de aumentar o ensino da língua chinesa em Portugal, bem como da importância estratégica de aprofundar as relações entre Portugal a China e os países de Língua Portuguesa. Seguiram-se intervenções de Jorge da Silva, investigador do IPRI e professor da Universidade da Beira Interior, e de Leonardo Azavedo, responsável pela parte portuguesa do Instituto Conjunto Sino-Português de Energia e Alterações Climáticas, que salientaram o potencial de colaboração no ensino superior e na investigação científica. Em representação do Gulbenkian Institute for Molecular Medicine, Rui Vieira destacou áreas emergentes de cooperação na biomedicina e na investigação molecular.
O seminário foi concluído com o discurso final de Hu Bin, que reforçou a determinação da China em aprofundar o relacionamento com Portugal, promovendo benefícios mútuos em áreas estratégicas e consolidando a parceria para um futuro de desenvolvimento conjunto.
O encontro terminou às 12h50, deixando claro que o 15.º Plano Quinquenal chinês poderá abrir um novo capítulo nas relações sino-portuguesas, assente em diálogo, inovação e cooperação multidimensional.