
Laurence Rycken, diretora-geral da Federação Internacional de Laticínios (IDF, na sigla em inglês), elogiou o progresso da China em inovação em laticínios e pesquisa científica, destacando a complementaridade e o forte potencial para uma colaboração maior entre as indústrias de laticínios chinesa e europeia.
Em entrevista à Xinhua no 18º Congresso Global de Laticínios, encerrado na quinta-feira, Rycken destacou a crescente demanda da China por laticínios e seus pontos fortes em automação e manufatura inteligente, áreas que complementam o conhecimento tradicional da Europa na produção de laticínios.
Ela também enfatizou o potencial para uma colaboração mais forte entre a China e os mercados tradicionais de laticínios na Europa.
Ressaltando a importância dos laticínios em todas as fases da vida, principalmente em sociedades em envelhecimento, onde a nutrição tem papel central na saúde a longo prazo, ela afirmou que a China, com sua grande população cada vez mais preocupada com a saúde, representa um mercado em grande crescimento.
"Acredito que essa seja a maior oportunidade que se avizinha para os mercados globais de laticínios, onde esses diferentes mercados reúnem seus próprios conhecimentos", disse ela.
Rycken explicou que cada mercado traz pontos fortes únicos. Enquanto a Europa tem tradições lácteas muito enraizadas, como produtos fermentados e queijos, a China tem feito rápidos avanços em inovação e tecnologia.
Fundada em 1903, a IDF é uma organização internacional líder no setor de laticínios, representando 40 países-membros, cuja produção coletiva de leite representa dois terços do total global. A IDF tem papel fundamental na definição de padrões internacionais para o setor de laticínios e na promoção da colaboração científica.
Rycken enfatizou o compromisso da IDF em unificar os padrões globais e promover a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental em toda a cadeia de suprimentos de laticínios.
"Nossa federação se dedica à ciência e ao desenvolvimento de padrões", disse ela.
Refletindo sobre sua primeira visita à China, em maio, para a Exposição de Tecnologia de Laticínios da China 2025 em Nanquim, capital da província de Jiangsu, no leste da China, Rycken mostrou admiração pelo ecossistema de inovação do país.
Ela está "fascinada" em ver como as empresas chinesas estavam alavancando a tecnologia para melhorar a acessibilidade aos produtos e diversificar os cenários de consumo de laticínios, de bebidas engarrafadas a chás com leite.
No Congresso Global de Laticínios, empresas chinesas, incluindo o Grupo Yili, venceram diferentes categorias do Prêmio Mundial de Inovação em Laticínios. A Yili, em particular, recebeu prêmios pelo sexto ano consecutivo e tem mais prêmios do que outras empresas chinesas.
A Yili é "um exemplo de como elementos podem ser implementados", integrando fatores ambientais, sociais e econômicos em uma estratégia abrangente de sustentabilidade, disse Rycken. Seu "roteiro para a sustentabilidade" reflete essa abordagem holística.
Em abril, a IDF organizou uma visita de campo ao Vale da Saúde da Yili e ao Centro Nacional de Inovação em Tecnologia de Laticínios em Hohhot, capital da Região Autônoma da Mongólia Interior da China.
Rycken disse que os representantes dos membros ficaram impressionados com o amplo uso de robótica e IA em todos os processos de produção de laticínios da Yili.
Visando o futuro, Rycken vê um amplo potencial para a expansão da cooperação entre a IDF e a China, principalmente em três áreas principais: desenvolvimento de laticínios verdes e sustentáveis, nutrição e saúde, e desenvolvimento de talentos.
É essencial que trabalhemos juntos para atrair e treinar a próxima geração de profissionais da ciência do leite neste "setor vibrante, muito atraente e com muito potencial", disse ela.