
A economia chinesa mostrou sua resiliência em meio às incertezas globais provocadas por disputas tarifárias, tensões geopolíticas e interrupções na cadeia de suprimentos, afirmou Steven Lynch, diretor de comércio internacional das Câmaras de Comércio Britânicas.
A economia chinesa cresceu 5,3% em relação ao ano anterior no primeiro semestre de 2025. A produção industrial aumentou 6,4% em comparação com o mesmo período do ano passado, com os setores de manufatura de equipamentos e de alta tecnologia apresentando rápido crescimento.
Lynch descreveu esses números como "inquestionavelmente impressionantes", observando que todos apontam para uma economia que continua dinâmica e estrategicamente orientada.
"O que chama a atenção, e frequentemente é ignorado nos comentários ocidentais, é o quão firme a China tem se mostrado diante de choques externos", disse ele recentemente à Xinhua.
"Sejam as consequências das tarifas dos EUA, das interrupções nas cadeias de suprimentos globais ou da crescente tensão geopolítica, a China mostrou uma notável capacidade de absorver pressão e se adaptar", disse Lynch, acrescentando que o país tem mostrado de forma consistente sua capacidade de resistir à turbulência global.
No primeiro semestre deste ano, a China acelerou o desenvolvimento industrial sustentável, com a produção de itens ecologicamente corretos registrando forte crescimento, enquanto a produção de veículos com novas energias, por si só, saltou 41,4% em relação ao ano anterior.
A China lidera em grande parte do mundo em setores como veículos elétricos e está intensificando esforços em áreas como inteligência artificial e infraestrutura verde, observou Lynch.
"Se você quiser avançar em sustentabilidade, precisa trabalhar com a China", disse ele, destacando o papel fundamental do país nas cadeias de suprimentos globais, especialmente nas áreas de sustentabilidade e de energia limpa.
Diante do aumento da fragmentação geopolítica, algumas economias adotaram uma postura mais isolada. A China continuou ampliando sua abertura e cooperando com outros países.
Lynch acredita que as empresas britânicas precisam reformular sua visão sobre a China, "não apenas como um parceiro comercial bilateral, mas como um nó em uma rede muito mais ampla de comércio, capital e influência".
Ele também observou que as medidas de abertura da China, como a criação de novas zonas de livre comércio, a facilitação do fluxo de dados transfronteiriço e o incentivo ao investimento estrangeiro, oferecem oportunidades para empresas estrangeiras nos setores de finanças, economia digital e desenvolvimento sustentável.
Buscando mais cooperação entre o Reino Unido e a China, Lynch afirmou que o lado europeu deve se concentrar em setores em que a agenda de reformas da China se alinha com os pontos fortes do Reino Unido, incluindo tecnologia verde, saúde, infraestrutura digital e resiliência da cadeia de suprimentos.