China reforça apoio à participação social de idosos diante do envelhecimento populacional

2025-05-27

Da promoção do voluntariado à ampliação das oportunidades de aprendizagem ao longo da vida e ao desenvolvimento de opções de turismo adaptadas, a China está adotando medidas proativas para fortalecer o engajamento social dos idosos e apoiar sua busca por uma vida ativa e com propósito.

 

Essas medidas, descritas em uma diretriz divulgada recentemente por 19 órgãos governamentais, surgem em um momento em que o país lida com o rápido envelhecimento populacional.

 

Lar da maior população idosa do mundo, a China tinha mais de 310 milhões de pessoas com 60 anos ou mais até o final de 2024, o que representa mais de um quinto da população total. A expectativa é de que tanto o número quanto a proporção continuem crescendo nos próximos anos.

 

"A diretriz é fundamental não apenas para enfrentar os desafios imediatos do envelhecimento da população, mas também para lançar as bases de um desenvolvimento social sustentável nas próximas décadas", afirmou Wang Yongchun, membro especialista da comissão nacional de trabalho sobre o envelhecimento.

 

O serviço voluntário é uma das principais formas de participação social dos idosos na China. Em 2003, o país lançou a "Ação Idade Prateada", uma iniciativa que incentiva os idosos a participarem de atividades voluntárias para contribuir com o desenvolvimento de regiões menos favorecidas.

 

Até hoje, voluntários idosos já participaram de mais de 7 milhões de atividades relacionadas, envolvendo-se em mais de 4 mil programas de assistência e beneficiando 400 milhões de pessoas.

 

A diretriz avança ainda mais essa iniciativa ao destacar a necessidade de diversificar os serviços voluntários, inovar nos modelos de oferta e melhorar produtos e serviços de seguros voltados para voluntários idosos.

 

Também enfatiza a importância de criar oportunidades de emprego diversificadas e personalizadas para os idosos, além de incentivar centros de treinamento públicos e instituições de ensino profissionalizante a oferecer programas de capacitação para os que desejam aprimorar suas habilidades.

 

"Precisamos enfatizar que os idosos são um ativo social, não um fardo", afirmou Yuan Xin, vice-presidente da Associação de População da China e professor da Universidade Nankai, na cidade de Tianjin, norte do país.

 

Permitir que os idosos dispostos continuem contribuindo com a sociedade ao longo da vida não apenas os ajuda a realizar seu valor pessoal, como também sustenta o objetivo maior de promover a modernização chinesa, acrescentou.

 

Em resposta ao desejo crescente dos idosos por uma vida mais rica e prazerosa, a diretriz propõe expandir a rede nacional de universidades da terceira idade, apoiar o desenvolvimento de serviços de cuidado baseados em viagens e organizar eventos esportivos voltados ao público sênior.

 

"Com cada vez mais atividades disponíveis, passo menos tempo em casa no celular e mais tempo me conectando com a sociedade", contou Chen Ying, de 65 anos, moradora de Beijing.

 

Yang Hong, de 71 anos, médica aposentada da Província de Liaoning, no nordeste da China, hoje é aluna regular de música e medicina tradicional chinesa em uma universidade da terceira idade. "Fazer uma universidade da terceira idade não é só adquirir conhecimento", afirmou. "É também adotar um estilo de vida e uma mentalidade mais positivos".

 

Yang é uma das mais de 20 milhões de estudantes matriculados nas 76 mil universidades e escolas para idosos da China - a maior comunidade de aprendizagem sênior do mundo.

 

"Fazer 60 anos não significa envelhecer. Significa entrar em um novo capítulo da vida, em que você pode buscar o que realmente ama e aproveitar o que mais importa." Essa publicação recente nas redes sociais teve grande repercussão entre o público.

 

Com o crescimento econômico, a melhora no padrão de vida e o aumento da expectativa de vida, a China está reformulando a narrativa sobre o envelhecimento, focando não apenas em cuidados, mas também em realização pessoal e contribuições significativas na terceira idade, segundo especialistas.

 

Nesse contexto, o país também lançou novas medidas políticas - como o aumento gradual da idade mínima para aposentadoria - para dar aos idosos mais flexibilidade e escolha sobre como aproveitar seus anos mais avançados.

 

"Em uma era de envelhecimento populacional acelerado, quanto maior o desafio, mais devemos buscar oportunidades", disse Yuan, acrescentando que a publicação da diretriz ajudará a promover uma visão mais positiva sobre o envelhecimento em toda a sociedade.

 

CRI

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