
Cientistas chineses e internacionais pediram à comunidade científica global que se una e contribua de forma mais significativa para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), por meio da exploração contínua das fronteiras de ciência e tecnologia.
As declarações foram feitas neste sábado em Beijing, durante o seminário intitulado "Desenvolvimento Sustentável e Colaboração Inclusiva: Responsabilidades da Comunidade Científica", realizado em comemoração ao 70º aniversário das Divisões Acadêmicas da Academia Chinesa de Ciências (CAS, em inglês).
Hou Jianguo, presidente da CAS, observou que desafios globais como mudanças climáticas, poluição ambiental, escassez de recursos e segurança alimentar estão cada vez mais interligados, enquanto as oportunidades e os desafios da nova revolução tecnológica estão remodelando profundamente o panorama do desenvolvimento sustentável mundial.
Ele afirmou que, como instituição nacional de pesquisa científica da China, a CAS tem fortalecido consistentemente seus esforços em áreas como conservação ecológica, ciências da vida, saúde e tecnologia energética nos últimos anos, explorando novos caminhos e soluções para alavancar tecnologias emergentes em prol do desenvolvimento sustentável.
Olhando para o futuro, Hou destacou que a CAS manterá seu compromisso com a abertura, trabalhando em estreita colaboração com parceiros globais e cientistas de ponta para aprofundar a cooperação internacional em áreas-chave de pesquisa. A CAS também pretende ampliar o intercâmbio e o treinamento conjunto de talentos, realizar avaliações consultivas sobre desenvolvimento sustentável, promover o compartilhamento de dados abertos e aproveitar a força da inteligência artificial, acrescentou Hou.
Chennupati Jagadish, presidente da Academia Australiana de Ciências, refletiu sobre cinco décadas de colaboração pessoal com cientistas chineses e os laços institucionais entre a Austrália e a China, ressaltando o poder duradouro da cooperação científica bilateral e multilateral inclusiva.
Ele destacou o potencial da ciência para transcender fronteiras geopolíticas e fomentar a cooperação global, especialmente em áreas transformadoras como tecnologias quânticas e inteligência artificial.
Sergei Chernyshev, vice-presidente da Academia de Ciências da Rússia (RAS, em inglês), afirmou que a RAS prioriza a cooperação com a China. A futura colaboração entre a RAS e a CAS será essencial para enfrentar os desafios globais e fortalecer as relações bilaterais, disse ele.
Peter Gluckman, presidente do Conselho Internacional de Ciência (ISC, em inglês), afirmou que a CAS se consolidou como uma verdadeira liderança na ciência global, não apenas por suas contribuições em pesquisas, mas também pelas parcerias que fomenta e por seu compromisso com a ciência como iniciativa global.
Segundo Gluckman, o ISC está empenhado em promover a cooperação científica internacional, proteger os princípios da ciência e garantir que a ciência continue a evoluir para enfrentar os desafios globais.
Mais de 60 participantes estiveram presentes no seminário, incluindo líderes de academias de ciências e organizações científicas internacionais de 14 países e regiões, bem como membros chineses e estrangeiros da CAS.